"It's better to feel pain, than nothing at all. The opposite of love's indifference."
Sábado, 21 de Julho de 2012
Capítulo III

Capítulo III - The Big Day (parte dois)

Zoe andava de um lado para o outro, dentro do celeiro, de tão aborrecida que estava por estar ali dentro. Wade tinha-se ido embora e tinha-a deixado ali, e ela não tinha maneira nenhuma de sair dali. Tinha que esperar que a tempestade acabasse. Ao menos, quando o Wade estava ali e estavam a discutir, tinham alguma coisa para fazer. 

E então, como resposta às suas preces, ele entra com a sua camisola de alças branca ainda mais encharcada que há pouco, dentro do celeiro novamente. 

- Pensei que me tinhas deixado aqui sozinha! – disse. 

- Pensei nisso – respondeu – mas depois lembrei-me que preciso de esclarecer algumas coisas. O Lavon estava certo, eu gostava de ti. Tu estavas a dar comigo em maluco… a andar por ali, com os teus calções e a sorrir e…isso baralhou os meus sentimentos. E afinal, esses sentimentos eram apenas… frustração sexual! 

- Oh, por amor de Deus, Wade… 

- Não, não… tu foste a primeira rapariga com quem eu não consegui dormir. E isso confundiu-me, baralhou tudo. Se tivéssemos dormido juntos na primeira noite, em que nos conhecemos, nada disto estava a acontecer agora – ele sorriu – e só te veria como a vizinha chata e que me rouba a electricidade. 

- Isso é patético. 

- Eu sei – disse – mas acho que nunca iremos descobrir… - ele olhou para Zoe e ela conseguia sentir a sua respiração perto da sua cara. Então começaram a ouvir a ovelha a gemer lá fora, e então saíram os dois para a chuva e os trovões para tentar salvar a ovelha. 

Wade e Zoe encontraram-no preso nuns arames. Zoe ajoelhou-se e tentou apanhá-lo, mas um arame espetou-se no seu ombro e então tive que se desviar. 

- Calma – Wade gritou, para se fazer ouvir no meio de tantos raios. Ele tirou a camisola. 

- Wade, acho que a ovelha não está interessada nos teus abdominais. 

Ele ignorou-a e enrolou a camisola aos arames, para conseguir puxá-los para cima para que então Zoe conseguisse tirar o animal de lá. Assim o fez, e voltaram para o celeiro. 

- Tens aí algum sangue, Doc – ele disse, apontando para as costas de Zoe. 

- Eu fico bem, isto não é nada. Vai à minha mala e tira um penso! 

Ele fez o que ela lhe pediu. Afastou-lhe o cabelo do ombro que estava a sangrar e colocou o penso, cuidadosamente, por cima da ferida. Sentou-se ao pé dela e Zoe clareou a voz. 

- Isto vai, talvez, soar um pouco mal… mas não é que eu nunca tenha pensado em ter sexo contigo. Mas para que é que haveria de servir? Não temos nada em comum. Estamos sempre a discutir um com o outro; somos pessoas muito diferentes. 

- Eu não quero casar-me contigo, Doc – ele riu-se – mas o que eu quero dizer é que… existe química entre nós. Existe alguma coisa aqui. E sejamos sinceros: não há maneira melhor de esqueceres o rapaz de ouro – ele sorriu e ela sorriu também. 

Zoe voltou a sentir a respiração de Wade perto da dela, mais uma vez. E, entre olhares penetrantes, os seus lábios estavam juntos com os de Wade. Mas por breves segundos. Alguém abriu o grande portão e separaram o que deveria ser um beijo. 

- Vocês estão bem? – um polícia entrou no celeiro – encontrei o carro do Lavon e quis saber onde se tinham metido. Eu levo-vos à cidade, e ainda chegamos a tempo do casamento. 

Zoe olhou para Wade e ele já estava a olhar para ela. Acenaram com a cabeça e foram para dentro do carro do polícia. 

- Vocês estão muito calados – o polícia disse, depois de ter tagarelado muito sobre os arranjos do casamento – devem ter passado por momentos maus nesta chuva. 

- Nem por isso – Wade respondeu, olhando para ela. 

- O que eu faria quando chegasse a casa, era despir essas roupas, tomar um banho quente e aquecer-me. Nada melhor do que isso num dia de chuva. 

- Exactamente o que eu estava a pensar fazer – Wade voltou a responder, continuando a olhar para Zoe. Ela encontrou-se a sorrir pelo que ele tinha dito. 

O polícia da cidade parou em frente à casa de Wade. Ele olhou em volta e parou o seu olhar em Zoe. “Estás entregue, Wade”, o polícia falou mas mesmo assim Wade não saía do carro. “Tens que te despachar para vestires o facto para o casamento”. 

- Não te preocupes, Bill – Wade falou – não quero que percas o grande dia. Eu levo a doutora a casa. 

- Que disparate. A tempestade está a ficar forte outra vez, e para além disso, um bom homem de Bluebell, entrega sempre a senhora a casa – riu-se. 

Wade engoliu em seco e saiu do carro. Zoe olhou pelo vidro de trás vendo-o a ir para casa. Ele já estava debaixo do alpendre, protegendo-se da chuva, enquanto via o carro a afastar-se lentamente. Ele abriu a porta e foi entrando lentamente, ainda a olhar para trás. 

O carro parou em frente a sua casa e Zoe saiu, agradecendo a Bill, pela boleia até casa. Correu até ao alpendre enquanto tremia de frio. Entrou dentro de casa e tomou um banho quente. Vestiu, depois, apenas um robe de seda por cima do seu corpo agora quente. 

Lembrou-se de Wade… de eles, no celeiro. O breve beijo e do que ele lhe tinha dito. “É apenas frustração sexual”. E depois lembrou-se de George. Ele estaria, neste momento, preste a casar-se com Lemon e apesar de ele a ter escolhido durante um pequeno prazo de tempo, ele escolheria sempre Lemon. Aliás, eles cresceram juntos, e apaixonaram-se. Zoe era apenas uma rapariga que tinha vindo para Bluebell e quase que estragara isso. 

Dirigiu-se até à sua cómoda e ligou a máquina do café. Zoe sabia o que aquilo ia causar. E então, como tinha pensado, a luz faltou e tudo ficou às escuras… a única coisa que se conseguia ouvir era a chuva a bater no telhado. 

Acendeu uma vela e foi até à janela, à espera de ver alguma coisa entre os pingos da chuva na janela. 

* 

Wade esticava e encolhia os braços dentro do facto. Tentava sentir-se confortável dentro do fato preto, para o casamento de Lemon. A gravata apertava-lhe a garganta e o casaco era desconfortável. Ele não gostava de usar fatos. Não era o género de rapaz que usava fatos, a quase toda a hora, como o rapaz de ouro, George Tucker. 

De repente, ouviu-se um estrondo e ficou tudo escuro. O seu quarto era agora iluminado apenas pelos raios. Sorriu, já sabendo o que aquilo significava, e saiu de casa, o mais depressa possível. Chegou ao alpendre de Zoe Hart e esperou um pouco, antes de bater à porta. Respirou fundo umas quantas vezes e tentou não ficar nervoso. Wade Kinsella não ficava nervoso. 

Wade bateu três vezes na madeira da porta e já conseguia ver Zoe Hart do outro lado da porta, com um robe a cobrir-lhe todo o corpo. Ela sorriu e abriu a porta. Wade entrou na sua casa enquanto lhe olhava directamente nos olhos. Colocou as suas mãos à roda da sua cara e beijou-a. Sem interrupções, sem ela separar o beijo. Ela correspondeu. Zoe tirou-lho casaco e de seguida arrancou-lhe a camisa branca, que estava presa nas calças. Wade tirou-lhe o robe suave, fazendo com que ela apenas tivesse a cobrir-lhe o corpo a lingerie preta. 

Agarrou-a e colocou-a ao seu colo enquanto a levava até ao quarto. Deixaram-se cair sobre a cama, entre beijos esfomeados e de desejo. Ela passava as suas mãos pelos seus braços e pelas suas as costas. Ele viu-a sorrir várias vezes. Wade beijou-lhe o pescoço e enquanto ela se ria. 

A noite vai ser longa, ela murmurou, entre risos. 

 

Estavam ambos deitados entre os lençóis todos enrolados. Zoe deitou a sua cabeça no peito de Wade enquanto ele passava os seus dedos entre os seus cabelos. 

- E o que vamos fazer agora? – Zoe perguntou. 

- Comemos alguma coisa… e fazemos tudo de novo – ele gozou – ou então ao contrário. 

Beijou-a, ainda a brincar com o seu cabelo. Alguém bateu à porta. 

- Ignora, não vás lá agora – ele disse, quando Zoe se tentou levantar e para ir ver quem era. 

- Tenho que ir – respondeu – deve ser provavelmente o Lavon. Eu volto já. 

Levantou-se, depois de um beijo apressado de Wade, e dirigiu-se à porta. Quando a abriu, não queria acreditar no que estava a ver. 

- George? – petrificou. 

- Não haverá casamento – ele disse, enquanto algumas gotas da chuva lhe corriam pela cara – está tudo acabado. Eu acabei tudo. Quando me disseste que irias ficar, eu percebi que não iria conseguir tirar-te da minha cabeça. Se tu tivesses voltado para Nova Iorque eu teria conseguido. E eu não quero. 

Ele aproximou-se de Zoe e beijou-a. 

- Já é tarde – ele disse – eu ligo-te amanhã. Temos muito para falar – ele sorriu e virou costas, deixando-a ali ainda petrificada com o que tinha acontecido. Fechou a porta e voltou para o quarto, onde Wade se encontrava, ainda deitado entre os lençóis. 

Zoe sorriu, escondendo a confusão que agora lhe percorria a cabeça. Não sabia o que iria fazer. 




publicado por agnes hope às 01:20
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De Annie a 21 de Julho de 2012 às 14:17
Mas porque é que este George tinha de aparecer agora? Eu estou a gostar tanto da relação odiosa/amorosa dela e do Wade.
Está excelente meu anjo <3


De agnes hope a 21 de Julho de 2012 às 16:49
há sempre alguém que tem que se interferir no caminho hahaha. se estás a gostar agora, então espera pelos próximos capítulos... :)
obrigada <3


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